“Bola de pneus” é golpe para lucrar com contrabando

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PF e Receita Federal miram oito centros automotivos em Campo Grande

Alvo de operações da Receita Federal e da PF (Polícia Federal) nesta quarta-feira (dia 16), esquema de descaminho envolve uma técnica chamada “bola de pneus”. O estratagema consiste em colocar um pneu dentro do outro, aumentando em até cinco vezes a quantidade transportada.

Apesar de novos, os pneus apresentam deformidades e ondulações e, nessas condições, colocam em risco a segurança de motoristas e pedestres.

Batizadas de Bad Tires (pneus ruins)  e Tatu Bola, as operações combatem o descaminho de pneus de origem paraguaia e a comercialização na cidade de Campo Grande.

Conforme organograma divulgado pela Receita Federal, os pneus vêm da China, entram em Mato Grosso do Sul pela fronteira com o Paraguai. Seguem viagem com os transportadores, chegam às revendedoras em Campo Grande, onde os proprietários lucram com as vendas.

A ofensiva cumpre 17 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande. São 16 ordens na Capital e uma em Bonito.

Os alvos são oito centros automotivos , além de residências ligadas aos responsáveis pelas empresas investigadas. Participam das operações 22 auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal e 66 policiais federais.

Essa é a segunda grande ação de investigação em Campo Grande. No mês de novembro de 2023, foi deflagrada a operação Wrong Tires, quando foram cumpridos cinco mandados de busca e apreendidos cerca de 6 mil pneus.

A nova apuração começou após a prisão, em flagrante, de dois motoristas com grande quantidade de pneus, que seriam entregues em centros automotivos na cidade de Campo Grande.

Tributos – Além da insegurança no trânsito, decorrente da má qualidade do produto, a entrada de pneus clandestinos traz danos ao meio ambiente, tendo em vista o não cumprimento da legislação vigente, e à economia brasileira, por promoverem uma competição desleal com o produto nacional, que recolhe os seus tributos devidos à União, aos Estados e aos municípios. Além de não pagarem encargos trabalhistas e previdenciários.

“A gente só compra e revende” – Um dos endereços da ação foi o Autocenter do Pai, borracharia no Bairro Cabreúva. O gerente Ivo Pereira, 42 anos, afirma que a loja vende pneus importados que são trazidos por terceiros.

 “A gente não busca isso aí não. A gente só compra aqui e revende. As pessoas passam diariamente e vendem. Campo Grande inteiro tem isso. O pessoal passa de loja em loja e vai vendendo. De forma nenhuma é contrabando”.

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